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50 Mil Rosas para a Revolução de Veludo

No final da tarde da quarta-feira 20 de outubro, na Fundação de Mário Soares teve lugar a inauguração de uma exposição em homenagem a Václav Havel que neste ano teria feito 80 anos. A exposição entitulada 50 000 Rosas para a Revolução de Veludo. Amizade de Václav Havel e Mário Soares nasceu da iniciativa da Embaixada da República Checa em Portugal com a colaboração da Fundação Mário Soares. Recordou a ajuda de uma delegação de jovens portugueses durante a revolução e documentou a relação de amizade entre os dois presidentes e o carinho que Havel sentia por Portugal. Assistiram à inauguração da exposição como convidados de honra o diretor da Biblioteca de Václav Havel, Michael Žantovský, e os participantes da delegação portuguesa que em 1989 tinha viajado a Praga.
 

À tarde, os primeiros visitantes começaram a reunir-se na Fundação Mário Soares e na chegada cada um deles recebeu uma rosa simbólica. Os convidados puderam apreciar a exposição que descreve a viagem da delegação portuguesa a Praga em dezembro de 1989, organizada por Álvaro Beleza e José Aguiar-Branco através do Fórum dos Jovens Profissionais. Da iniciativa deles foi organizada também uma viagem do presidente português Mário Soares para a tomada de posse de Václav Havel no cargo de presidente e nasceu a amizade entre os dois presidentes que a exposição relembra. Na sala de conferências onde ocorreu um debate com os participantes da revolução, reencontraram-se após 27 anos Žantovský, Branco, Beleza e o diplomata português Nunes Barata.

A exposição evoca a solidaridade portuguesa com os cidadãos checoslovacos em 1989. Mário Soares, antigo prisioneiro político, observara e apoiara a oposição checoslovaca desde a iniciativa da Charta 77. Em 28 de dezembro chegou a Praga como o primeiro presidente ocidental, imediatamente após a revolução. Demorou só um dia após o envio do convite, chegando um dia antes da eleição de Havel. Álvaro Beleza caracterizou os acontecimentos recordados como uma “autostrada da liberdade de Lisboa a Praga”. Para os então jovens portugueses as recordações de 1989 eram comparáveis às da Revolução dos Cravos de 1974.

Branco e Beleza recordaram com certa nostalgia o dezembro de 1989 quando viajaram acompanhados por outros portugueses à fria Checoslováquia para que, em reação a uma reportagem da CNN sobre a supressão de manifestações de estudantes em Praga, levassem 50 mil rosas em apoio à liberdade. “Tudo isso foi de coração, ”disse Beleza. Explicou que não levaram cravos, o símbolo da liberdade portuguesa, porque não tinha sido possível encontrar tantos cravos. “Levámos as rosas porque as rosas havia em quantidade e pedimos para que as levantassem e então 50 mil pessoas seguraram 50 mil rosas. Foi sorte que não havia cravos, nós não podiamos saber que na Checoslováquia estavam ligados ao Dia Internacional da Mulher apoiado pelos comunistas,” acrescentou.